PRAIENSE x MARÍTIMO

O descomplicador
estava no banco

 AMONIKE em disputa com o ex-Praiense Edmilson. Atleta encarnado, carregado na grande-área, "ofereceu" o segundo golo a Marco Aurélio

Chegou à tranquilidade e depois intranquilizou-se, abrindo as portas do empate ao Marítimo. Vasco Goulart saltou do banco para descomplicar.

LUÍS ALMEIDA |di
Volvidas 13 jornadas, 12 vitórias para o Praiense na Série Açores de futebol. Registo impressionante. Os pupilos de Manuel da Costa continuam invencíveis e, no passado domingo, cedo deram mostras de querer descomplicar o que, até aos 25 minutos, nunca esteve complicado. Chegaram ao 2-0, confirmando dentro das quatro linhas uma superioridade esperada.
O Praiense depressa se assenhorou da bola, mas foi com a redondinha imóvel que construiu dois golos em cerca de 10 minutos. Primeiro foi Benjamim, de livre à entrada da área, sobre o lado esquerdo, a desenhar arco perfeito para o fundo das redes. Depois foi o goleador Marco Aurélio a não enjeitar uma grande-penalidade, após carga de Mário Lima sobre Amonike.
Os encarnados não fugiram à sua estrutura. João Borges entre os centrais, Amonike e Marco Aurélio pelas faixas e a sociedade Benjamim/Ricardo Costa no controlo do meio-campo, à frente de Rui Silva. O Marítimo bem tentava esticar o jogo, mas Pedro Rodrigues, ex-Lusitânia, esteve sempre muito só na frente. Mas eis que, num "rasgão" de Gervásio (pela área e na perna), o caso muda de figura. O 11 da Graciosa chegou ao golo ao minuto 36, remate esforçado que lhe valeu uma lesão. E o complicador ligou-se para a formação da casa.
O futebol, apesar de temperado com três tentos, nem sempre foi intenso. O Praiense, mais veloz, dominou quase sempre, mas não massacrou, longe disso. Aliás, a espaços, o individualismo demorou a soltar a bola para o coletivo. Isidro Beato estrou-se no comando do conjunto da Graciosa e, ainda na bancada, viu os seus jogadores chegarem à igualdade na primeira vez que tiveram a posse do esférico durante mais de 20 segundos. Foi ao minuto 10 do segundo tempo, quando Gervásio, de cabeça, fez da passividade adversária a melhor forma para aproveitar o cruzamento de Luís Silva.
Manuel da Costa mexeu na equipa. Inevitavelmente. Retirou Ricardo Costa e Benjamim do miolo, recuou João Borges, fez entrar Vasco Goulart para a zona central do ataque e colocou Fábio Vicente a pensar o processo organizativo. E o descomplicador estava, de facto, no banco: livre executado por Fábio Vicente a meio da intermediária e o "jovem da casa" Vasco Goulart, mais alto do que todos, a cabecear para o 3-2.
Agora sim o Praiense despiu a intranquilidade que começou a pesar na equipa a partir do primeiro golo do Marítimo. Ainda chegou a novo golo, novamente por Vasco Goulart, lance invalidado pelo árbitro auxiliar por suposto fora-de-jogo (mal, quanto a nós). E, mesmo sem imagens televisivas, o árbitro voltou a estar mal aos 77 minutos, ao assinalar derrube dentro da grande-área visitante sobre Rui Silva. Certo é que Marco Aurélio bisou, novamente de castigo máximo, chegando aos 12 golos esta época.
Além dos lances referidos, Pedro Sá, de Braga, esteve bem ao assinalar a grande-penalidade que valeu o segundo do Praiense. De resto, foi um árbitro bondoso na análise técnica e poderia ter sido mais rigoroso na disciplina.
SÉRIE AÇORES - 13.ª JORNADA
Estádio Municipal da Praia da Vitória
Árbitro: Pedro Sá (AF Braga)
Assistentes: Vítor Ferreira e Rui Silva
Ao intervalo:
2-1
Praiense 4
André
Luciano Serpa
António Alves
Caneco
Nelson
Ricardo Costa
(Vasco Goulart, 66m)
Amonike
Benjamim
(Fábio Vicente, 56m)
Marco Aurélio
João Borges (cap.)
Rui Silva
(Chalana, 79m)
NÃO UTILIZADOS
Ricardo Veredas, Gilberto Meneses, Rodrigo Pereira e Flávio Gomes.
TREINADOR
Manuel da Costa.
Marítimo 2
Pedro Cabeceiras
Anísio
Fábio Picanço
André Silva
Edmilson
Nuno Correia
Luís Moniz
Gervásio
(Luís Silva, 36m)
Pedro Rodrigues
Manuel Lima
Mário Melo (cap.)
NÃO UTILIZADOS
Artur Picanço, Nelson Melo e Hugo Espínola.
TREINADOR
Isidro Beato.
Disciplina: cartão amarelo para Chalana (82m).
Marcadores: Benjamim (14m), Marco Aurélio (25m, g.p., e 77m, g.p.), Gervásio (36m), Luís Moniz (55m) e Vasco Goulart (70m).


In, DI 14.01.2013