segunda-feira, 15 de abril de 2013

ANGRENSE AINDA ACREDITA


À espera que o campeão ajude no milagre da subida


 ANGRENSE goleia campeão Praiense e ainda pensa na subida de divisão
E eis que o Angrense goleia (4-0) o campeão e o Rabo de Peixe ajuda ante o Ideal. Milagre da subida é possível e pode ser o Praiense a decidir.
LUÍS ALMEIDA |di





Ruben Rodrigues inaugurou o marcador aos 29 minutos, num bom golpe de cabeça, mas o momento teve um significado bem mais profundo do que a festa do golo. Nesta altura, parecia a confirmação de uma oportunidade perdida. Um objetivo a caminho da extinção em doses dececionantes, na justa medida de uma segunda fase da Série Açores sem triunfos antes da 5.ª jornada. O Angrense foi um supercandidato que, a vencer, deixava de ter motivos para festejar.
Tudo porque, minutos antes, era o Ideal, esse sim, com razões fortes para uma festa. A festa da subida. Subida que chegou a ser um dado praticamente consumado para os terceirenses. Um conforto confortado por 10 pontos. Impensável? Sim, não fossem as deceções desta segunda fase. O mesmo Ruben Rodrigues, num castigo máximo devido a carga de Gilberto sobre Magina, bisou sem euforia, poucos eram os motivos para celebrar.
Milagre. É o que o Angrense precisava para que tudo fosse de novo uma festa. Magina isolou-se, passou por Ricardo Veredas e carimbou o 3-0. Números gordos. Pouco comuns também esta época e nunca antes registados perante o campeão. Assim renasce a esperança, com notícias esperançosas de Rabo de Peixe, que atingiu o intervalo em igualdade.
O Praiense surgiu descaraterizado. Não no onze, apesar das (poucas) mexidas, mas sim no resultado. O jovem Vasco iniciou pela esquerda, com João Borges ao centro e Marco Aurélio do lado oposto. Ricky, Vítor Alves e Rui, este mais recuado, pisaram as zonas de um meio-campo que tentou pressionar alto durante os primeiros minutos. Foi Márcio Fagundes, por duas vezes consecutivas, a dar o primeiro sinal de perigo.
Voltamos à hipótese de milagre. O descanso chegou com méritos próprios cumpridos. O Rabo de Peixe ia dando "meia ajuda". Magina, com mais liberdade, e Ruben Rodrigues claramente ao ataque. Pedro Aguiar pela esquerda, Márcio pela direita. Ariston e Graxinha entregavam-se a todos os serviços no centro, com o capitão Gonçalo na lateral-direita. Tudo porque os milagres devem ser acompanhados pela dignidade.
Quem já fez a sua festa também puxou do mesmo orgulho. A partida regressou viva, bem disputada, com o Praiense a tentar desfazer um resultado invulgar. Muita entrega, poucas oportunidades para o conseguir. Todas as festas fazem-se a seu tempo e não se desperdiça tempo nenhum para concretizar qualquer festa. E, acima de tudo, não se desperdiçam 10 pontos. É quase imperdoável. Agora só um milagre. Uma ajuda externa que até se tornou mais efetiva: Rabo de Peixe vencia o Ideal por 2-1. E esta, hein? Haverá mesmo milagres no futebol?
Manuel da Costa mexeu na estrutura e apostou tudo o que tinha para apostar. João Eduardo mais cirúrgico, a reforçar a segurança de uma hipótese de milagre sempre pouco segura. Mas é este o último cartucho. Depois Luciano Serpa é expulso, por segundo amarelo. E depois vem a goleada: canto do lado esquerdo, por Graxinha, e a bola a bater em Rui antes de entrar pela quarta vez na baliza.
E agora? Agora, que venha o tal milagre. O Rabo de Peixe ajudou, o Angrense fez o seu papel e tentará repetir a dose na última jornada. Isto, desde que o Praiense derrote o Ideal. Ironia do futebol que permite continuar a acreditar na subida.
Arbitragem a resvalar para o fraco, mas não foi o árbitro a promover ou a desmanchar milagres.
SÉRIE AÇORES - 2.ª FASE/5.ª JORNADA
Campo Municipal de Angra do Heroísmo
Árbitro: Adelino Crespo (AF Santarém)
Assistentes: Pedro Sousa e Pedro Freire
Ao intervalo:
3-0
Angrense 4
Délcio
Flor
Gonçalo (cap.)
Ivan
Ariston
Magina
Vítor
Ruben Rodrigues
(Rui Silveira, 83m)
Márcio Fagundes
(Genni, 89m)
Pedro Aguiar
(Vitória, 74m)
Graxinha
NÃO UTILIZADOS
Lima, Bruno, Ruben Brito e Luís.
TREINADOR
João Eduardo Alves.
Praiense 0
Ricardo Veredas
Luciano Serpa
Gilberto Meneses
Caneco
Nelson
(Nuno Moreira, 61m)
Ricky
Rui
Vítor Alves
(Benjamim, 53m)
Marco Aurélio
Vasco Goulart
(Flávio, 70m)
João Borges (cap.)
NÃO UTILIZADOS
André Vieira, Hugo Silva, Chalana e Lénio Rocha.
TREINADOR
Manuel da Costa.
Disciplina: cartão amarelo para Ruben Rodrigues (38m), Luciano Serpa (43 e 80m), Nelson (57m), Pedro Aguiar (74m) e Caneco (84m). Vermelho, por acumulação, para Luciano Serpa (80m).
Marcadores: Ruben Rodrigues (29 e 35m, g.p.), Magina (42m) e Rui (85m, p.b.).

In, DI 15.04.2013

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