quarta-feira, 10 de abril de 2013

TORNEIO RAMO GRANDE - RAUL OLIVEIRA


Aposta na formação é o caminho a seguir

ENQUANTO COORDENADOR DO SETOR DE FORMAÇÃO DO JUVENTUDE DESPORTIVA LAJENSE, QUE BALANÇO É QUE FAZ DO SEXTO TORNEIO DO RAMO GRANDE EM FUTEBOL DE 7?
Mais do que um simples torneio, iniciativas como esta são um sinal claro de que a aposta nos escalões de formação é a única forma de garantir o futuro do futebol terceirense. Esta tónica esteve, aliás, bem vincada ao longo da sexta edição do Torneio do Ramo Grande.
No que toca às componentes desportiva e social, penso que o balanço é extremamente positivo, à semelhança do que aconteceu em anos anteriores. Todos ficaram muito agradados com a competição, que, sublinhe-se, aconteceu em todos os escalões de futebol de 7. O feedback da generalidade dos participantes é muito bom, sendo que, nalguns casos, até superou a expectativas iniciais.

É POSSÍVEL APONTAR, EM LINHAS GERAIS, A PRINCIPAL MAIS-VALIA DE UM CERTAME COM ESTAS CARACTERÍSTICAS? 
Uma das grandes mais-valias do Torneio do Ramo Grande prende-se com o contacto com realidades diferentes, além de permitir aos jovens jogadores um momento de competição salutar. Julgo que se trata de um evento de enorme importância. Não só as equipas da ilha se voltam a encontrar, como também enfrentam formações de outras realidades, como, na circunstância, a prestigiada Associação Académica de Coimbra, que, de facto, é um clube de outra nomeada.
Por outro lado, a participação de equipas de ilhas mais pequenas, como São Jorge e Graciosa, merece igualmente destaque. Para os nossos jovens, este contacto é importantíssimo. Ajuda à captação e à fixação, mas também a potenciar aquilo que de bom se vai fazendo nos nossos clubes. Portanto, só encontro vantagens.

MAIS DO QUE UM SIMPLES CHAVÃO, QUE, EM DETERMINADAS SITUAÇÕES, É UTILIZADO EM FUNÇÃO DAS CONVENIÊNCIAS DE CADA UM, A APOSTA NA JUVENTUDE É, DE FACTO, O ÚNICO CAMINHO, VISANDO A SALVAGUARDA DO FUTURO DO NOSSO FUTEBOL?  
A aposta na juventude é, com certeza, o caminho a seguir. Sinceramente, não vejo outra alternativa devidamente estruturada. A principal preocupação deve estar na base da vertente competitiva. Acredito que, em qualquer circunstância, é preferível apostar na formação. É preferível apostar na base da pirâmide. É preferível apostar na nossa realidade, em vez de se apostar em "ideias malucas" e pouco ou nada exequíveis. O passado deu-nos exemplos de gerências desastrosas, que foram, a todo o custo, atrás do objetivo que é ganhar e subir de divisão. Normalmente, hipotecamos o futuro das nossas coletividades. Há que dar valor e potenciar o que temos de melhor.

E, EM BOA VERDADE, É ISTO QUE TEM ACONTECIDO DE UMA FORMA SÉRIA E SUSTENTADA?
Nalguns casos sim, noutros nem tanto. Ainda assim, os nossos clubes que participam no Campeonato Nacional da Terceira Divisão - Série Açores e na Segunda Divisão Nacional apostam, sem exceção, no jogador da Região. Se isto acontece é porque, no mínimo, temos qualidade para andar nos patamares nacionais mais baixos. Se queremos um projeto equilibrado a todos os níveis e de acordo com a realidade em que estamos inseridos, este é, forçosamente, o caminho do futuro. Em relação a esta matéria, não há volta a dar.

In DI, 08.04.2013

Sem comentários:

Enviar um comentário