terça-feira, 2 de abril de 2013

VI TORNEIO DO RAMO GRANDE - BRIOSA VENCE NATURALMENTE


Juventude briosa em vitória de todos

    

 SUCESSO. Sexta edição do Torneio do Ramo Grande juntou cerca de quatro centenas de atletas
Académica de Coimbra conquista a 6.ª edição do Torneio do Juventude Desportiva Lajense, após vitória por 4-1, na final, diante do Angrense. Iniciativa foi um inteiro sucesso a todos os níveis.
LUÍS ALMEIDA |di







Para eles, craques de palmo e meio, o golo é tudo. Para quem observa, por fora, cada momento de festa é uma nova perspetiva de futuro que se abre. Foi assim na final, como o foi em todos os outros desafios do Torneio do Ramo Grande em futebol de 7. E o grande desafio, nesta como noutras iniciativas do género, é sempre este: preparar o futuro.
Mas, nestas coisas do futebol, há sempre um vencedor. E, ao último apito, festejaram os de Coimbra. Do norte do país viajou uma equipa personalizada, claramente com outro tipo de competitividade nas pernas, especialmente no plano coletivo. A Académica superiorizou-se ao Sport Clube Angrense por 4-1 na final, disputada ontem.
Triunfos à parte, este foi um momento que mereceu largos elogios. A sexta edição do Torneio do Ramo Grande encheu o Campo Manuel Linhares de Lima, na Vila das Lajes. O Juventude Lajense, clube organizador, juntou cerca de 400 jovens jogadores, que mostraram os seus dotes a uma plateia numerosa, muitos vindos diretamente de Coimbra. Sucederam-se os jogos, disputados com genica de campeões. Uns maiores, outros ainda sem corpo para o equipamento, alguns com estilo de artistas, mas todos com um entusiasmo contagiante.

FORMAÇÃO E FUTUROFrancisco Martins, responsável técnico pela jovem equipa da Académica de Coimbra, não tem dúvidas: há sempre algo mais nestes torneios e não apenas a vitória. Pela primeira vez na ilha Terceira, o treinador deixou rasgados elogios à organização. "Começando pela logística, a Académica não tem a mínima razão de queixa, bem pelo contrário. A organização foi extraordinária. O torneio foi interessante, com boas equipas e bastante competitivo. Para nós, foi uma boa oportunidade de evolução", referiu.
Mesmo que o jogo de futebol seja a base do torneio e os jovens estejam concentrados nesse objetivo, o contacto com outras equipas e o convívio entre todos é um dado relevante para os técnicos. A partilha é, segundo Francisco Martins, um dado de suprema importância. "Mesmo para a Académica, é difícil fazer captação. Aliás, só a partir dos escalões de juvenis é que os jovens fixam residência na nossa academia. Mas é sempre importante estar atento aos jovens valores, para que, mais tarde, possam ser seguidos. A Académica faz uma boa aposta na formação, embora seja difícil fazer a desejada transição dos juniores para os seniores. A Liga é muito competitiva e, se a aposta for exagerada, isto pode significar riscos em termos de permanência. De qualquer forma, damos muito valor à formação, desde os benjamins aos juniores", acrescenta.
Olhar a formação enquanto garantia do futuro é, pois, uma atitude cada vez mais decisiva, até tendo em conta o cenário de crise que o país e, por arrastamento, o futebol atravessam. A opinião é de Francisco Martins: "Cada vez mais os clubes têm de se mentalizar que não há dinheiro para contratações milionárias. É fundamental apostar na formação, promovendo a transição de júnior para sénior. Isto ainda vai acontecendo pouco, embora já se verifique alguma evolução. No geral, o futebol português começa a apostar um pouco mais nos juniores, como se vê, por exemplo, com o ressurgimento das equipas 'B'. Neste momento, é mais fácil promover esta transição".
Pedro Gil, treinador no Graciosa Futebol Clube, deixa-nos uma imagem diferente, pois a realidade onde está inserido é totalmente contrária: "Acima de tudo, esta é uma oportunidade única para podermos contactar com novas realidades, sendo uma experiência enriquecedora para jovens que competem num cenário com poucos praticantes. A valorização, para todos nós, é enorme. A Graciosa é uma realidade com escassos recursos humanos. A população está a reduzir e, como tal, há cada vez menos atletas. Nem temos o escalão de benjamins... Tudo é muito limitado e, mais dia, menos dia, a situação pode ficar ainda mais complicada."

Académica bateu Angrense na final (4-1)
SUCESSO

No final da manhã do passado domingo, a opinião era unânime: sucesso total na sexta edição do Torneio do Ramo Grande. Todos os intervenientes fizeram análise extremamente positiva à qualidade do evento, não só em termos desportivos, como no que toca à organização. Num fim de semana de autêntica festa, até S. Pedro ajudou...
A Académica levou para a cidade de Coimbra o troféu mais apetecido, relegando o Angrense para a segunda posição. Graciosa FC, Lusitânia, Praiense, Lajense, Boavista da Ribeirinha, Vilanovense e Fontinhas, respetivamente, completaram a classificação.
Em termos individuais, destaque para João Bartolomeu, jovem atleta do Angrense, que conquistou o título de melhor jogador do torneio, e para Tomás Fonseca, do Lajense, que arrecadou o prémio para melhor guarda-redes. Os dois jogadores foram os que recolheram mais votos entre todos os técnicos presentes. Francisco Mendonça, do Graciosa FC, foi o melhor marcador da competição, com 10 golos.
No sábado, os infantis (juniores "D") do Lajense, Vilanovense, Fontinhas e Altares disputaram a terceira edição do Torneio Quadrangular. Na tarde de ontem realizou-se a sexta edição do Encontro de Núcleos de Iniciação Desportiva (juniores F+G, traquinas e petizes). Em simultâneo, a organização levou a efeito uma ação de formação/promoção para agentes desportivos, iniciativa denominada "O Futebol de Rua, que falta nos faz".

In, DI 01.04.2013

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