ANGRENSE MORRE NA PRAIA

O brilho desapareceu. E a glória também!

Exibição frouxa mesmo assim suficiente para uma vitória totalmente curta: na diferença numérica e na consumação dos objetivos.

José Eliseu|DI
Era à partida um jogo diferente dos outros. O Angrense tinha de conseguir em campo a vitória mas não podia desligar do que se passasse na Ribeira Grande entre Sporting Ideal e Praiense. Ou seja, os encarnados não dependiam só de si para conseguirem o objetivo do segundo lugar da Série Açores, aquele que este ano garantia o direito da subida à II Divisão Nacional. Esta dependência parece ter afetado o rendimento dos jogadores locais por nunca ter atingido um nível bom; o máximo que conseguiram foi uma nota de “suficiente” em alguns períodos do encontro. A ideia inicial até seria atacar em massa com a colação de Márcio e Pedro bem abertos nas alas, Magina fixo na frente e Rúben Rodrigues também como avançado mas com ordens para encetar recuos estratégicos, principalmente para preencher o espaço entre os dois blocos que o Rabo de Peixe formou. Mas depressa se viu que Graxinha e Ariston teriam muitas dificuldades para vencerem a oposição de Valtinha e Rui Couto no meio campo e por via disso o Angrense nunca pegou verdadeiramente no jogo, embora tivesse mais posse de bola. Os terceirenses beneficiaram de um certo afastamento das linhas dos forasteiros e assumiram na primeira parte a maioria das despesas ofensivas. Importantes foram as subidas frequentes de Eugénio pelo lado esquerdo, devidamente compensadas por Márcio, para os desequilíbrios criados no meio campo do Rabo de Peixe. Mesmo sem grande brilhantismo, o Angrense criou algumas boas oportunidades que só não deram resultado pela fantástica exibição do guardião Imerson. Demonstrou uma elasticidade notável o guardião visitante. Ao longo de toda a primeira parte, a formação visitante pareceu acanhada e muito lenta nos seus processos de transição. Foi essa lentidão que originou o golo do Angrense, quando na sequência de um canto Iaiá da Silva não foi expedito a aliviar o esférico e Ivan aproveitou para o cabeceio vitorioso. Na etapa complementar, as alterações operadas pelo técnico micaelense aumentaram os índices competitivos da equipa de Rabo de Peixe. As entradas de Sérgio Cruz e Nivaldo mexeram com o jogo não tanto pelo que renderam individualmente, mas pelas mudanças posicionais que obrigaram. Rui Couto passou para a lateral esquerda, Tiago Oliveira recuou para pivot defensivo e mais tarde Leandro foi muito dinâmico nas transições. Foi uma boa fase dos azuis de Rabo de Peixe que serviu para a retaguarda do Angrense mostrar serviço e também abriu mais espaços para contra-ataques. E foi desta forma que o grémio de Angra construiu as duas melhores oportunidades da 2.ª parte: Rúben Rodrigues culminou a melhor jogada coletiva com um remate para golos, mas Marcinho salvou em cima da linha; já nos derradeiros 15 minutos Pedro infiltrou-se pela direita mas fez pontaria para a barra da baliza de Imerson.
Arbitragem
Tecnicamente nada a apontar à equipa de arbitragem bracarense liderada por Rui Torres. Mas disciplinarmente pecou por alguns exageros.
4 estrelas!

Angrense, 1 – Rabo de Peixe, 0
Campo de Jogos Municipal de Angra do Heroísmo
Árbitro: Rui Torres (Braga).
Assistentes: César Pires e Hermínio Barbosa.

Angrense

Délcio
Flor
Eugénio
Gonçalo (cap)
Ivan
Ariston
Magina
(Vitória, 80 m)
Rúben Rodrigues
Márcio
(Rui, 60 m)
Pedro
Graxinha

Suplentes não utilizados:
Lima
Vítor
Rúben Azevedo
Rúben Brito
Luís

Disciplina: amarelos para Magina (37 m), Eugénio (42 m) e Rúben Rodrigues (48 m).

Treinador: João Eduardo Alves

Rabo de Peixe

Imerson
Paulo Vieira
Paulo Pacheco
Marcinho
(Leandro, 58 m)
Filipe Oliveira
(Nivaldo, 45 m)
Iaiá da Silva (cap)
Rui Couto
José Vieira
(Sérgio Cruz, 45 m)
Lelé
Tiago Oliveira

Suplentes não utilizados: não houve

Disciplina: amarelos para Lelé (12 m), Marcinho (23 m), Leandro (64 m), Iaiá da Silva (66 m) e Rui Couto (74 m).

Treinador: Jaime Vieira

Golo: Ivan (25 m).



IN, DI 23.04.2013