Estabilidade, espírito de família e princípios de trabalho e organização. Manuel da Costa elogia atitude dos jogadores, decisiva para a invencibilidade do Praiense na Série Açores. Mas ainda não fala em título.
LUÍS ALMEIDA |di
Foram 16 vitórias e apenas dois empates. Dezoito jogos de enorme superioridade do Praiense durante a primeira fase da Série Açores de futebol, a última enquanto parte integrante da 3.ª Divisão Nacional. A direção de Tiago Ormonde trouxe estabilidade ao clube, tanto diretiva, como em termos de plantel. O treinador Manuel da Costa moldou a ambição de um grupo com 13 caras novas, promovendo bom futebol e um líder sem derrotas. Mas, apesar do sucesso, pouco muda no discurso do técnico.
Num balanço antes do arranque da segunda e decisiva fase da prova, Manuel da Costa não poupa elogios aos seus jogadores, mas prefere não enveredar pelo otimismo exacerbado. Fala em orgulho, mas não em título. "Quando entrámos para este projeto, quer a equipa técnica, a direção e até mesmo os jogadores, nunca pensámos em algo semelhante. Foi extraordinário, de facto, mas não de campeão, pois matematicamente ainda não o somos e sabemos das dificuldades que iremos sentir até final do campeonato. Mas estamos, sem dúvida, muito orgulhosos por termos conseguido 50 pontos nesta primeira fase. Penso que é um marco muito importante", salienta.
O objetivo inicial - a manutenção - está consumado com a entrada no grupo da frente da Série Açores. Lutar pela melhor classificação possível é o passo seguinte. Manuel da Costa regista, no entanto, que a "principal preocupação se mantém inalterável: pensamos jogo a jogo, na procura dos três pontos para garantirmos a melhor classificação possível". Todavia, confessa que esta não era uma meta à partida e que a direção, bem como toda a equipa, não estavam preparados para outros voos. "Este é um projeto a médio/longo prazo", explica.
O segredo do sucesso tem passado por um "grupo jovem e muito ambicioso", destaca Manuel da Costa, relembrando que, no arranque da temporada, não apontou o Praiense como um dos candidatos à vitória. "Existiam adversários que partiam em vantagem e só com muito trabalho conseguimos encurtar estas distâncias. Trabalhámos muito, os jogadores arregaçaram as mangas, acreditaram e, na verdade, as primeiras jornadas correram muito bem e o grupo uniu-se. Fomos ambiciosos, mas também muito humildes", sublinha.
ESTABILIDADE
"50 pontos é um
marco importante"
Importante tem sido, igualmente, a estabilidade que o clube atravessa atualmente. Manuel da Costa frisa que o apoio a nível diretivo tem sido uma constante, ao mesmo tempo que enaltece o regresso dos sócios ao clube. "Estavam algo arredados e o seu regresso tem sido uma ajuda tremenda. O apoio da nossa massa associativa nos jogos em casa, bem como em Angra, frente a Angrense e Barreiro, foi decisivo", refere.
Foi frente ao Angrense que a formação do Praiense confirmou o estatuto de líder. A goleada por 4-0, no Estádio da Praia, "foi importante para os jogadores acreditarem no seu valor", recorda Manuel da Costa. "Quando os resultados são positivos, ajudam a estabilizar e os jogadores a crescer. É mais fácil preparar uma equipa em cima de vitórias", reforça.
"Criámos um grande espírito de família e com princípios de trabalho e de organização. Os jogadores disponibilizaram-se para esta causa e, ao contrário do passado, o Praiense passou a apostar no jogador da Terceira e da região. Os atletas têm trabalhado imenso e com muita qualidade e os resultados também ajudam a criar esta atmosfera extremamente positiva", afirma o técnico do Praiense, que apresenta a melhor defesa da competição.
Manuel da Costa entende que a presente edição da Série Açores tem sido "atípica", até pelas desistências de Madalena e Boavista. Apesar de focar "algumas surpresas pela negativa", termina com elogios a equipas como o Rabo de Peixe, o Ideal e o Barreiro.
In, DI 25.02.2013