segunda-feira, 4 de março de 2013

OPINIÃO PAULO PEREIRA "TER OU NÃO TER DIREITO A SONHAR"

PAULO PEREIRa (*)                                                                                                                 

Ter ou não ter direito a sonhar

Exmo. Senhor Diretor:

Após ter visto e lido as vossas entrevistas feitas a alguns dirigentes de clubes terceirenses sobre o que se passa no nosso futebol, se me for permitido, gostaria de deixar também aqui, nas páginas do jornal "Diário Insular", uma simples opinião.
Embora já cá ande há alguns anos, não sou dono da verdade e também não o pretendo ser. Quem me conhece sabe (e felizmente fiz muitos amigos no futebol) que dou o melhor que sei e posso pelo meu clube, pois foi onde cresci e pratiquei desporto, apesar de não ter muito jeito para a coisa.
Sei também que, às vezes, a emoção nos leva a ver apenas para o nosso lado e que, por isso, podemos, em muitas ocasiões, cometer erros, atendendo a que, como se costuma dizer, somos humanos.
No entanto, o que se tem passado com esses senhores a que se refere o presidente do meu clube já começa a ser mais do que desagradável, pois são sempre os mesmos e cada vez o fazem com mais prazer e a arrogância de quem tudo pode e nada deve a ninguém.

Erros por
garotice
ou malvadez

O Grupo Desportivo das Fontinhas passou e passa por sérias dificuldades financeiras e não só. Conseguiu a muito custo uma direção que não deixasse o clube fechar. Construiu uma equipa, na sua maioria, composta por atletas ainda juniores.
O mister, que nem ganha para a gasolina, conseguiu formar um grupo excelente, que pratica do melhor futebol que se tem visto no Campeonato da Ilha Terceira. Infelizmente, depois, chega ao domingo e aparece em qualquer campo (e são sempre os mesmos) três frustrados ou chateados com a vida a gozarem e a brincarem com o trabalho de quem anda no futebol gratuitamente e por amor ao seu clube e à sua freguesia. Acho, sinceramente, que é demais.
Por outro lado, também não entendo como é possível, quando há somente dois jogos de seniores, que se abra o jornal e lá estão todas as semanas sempre os mesmos nos jogos de seniores. Pergunto, por quê?
Aliás, onde andam os outros árbitros mais jovens que apitam os escalões etários de formação? Vão dizer que são muito novos e que não têm experiência? Meus senhores, prefiro ver errar por inexperiência do que por garotice ou malvadez.
O meu clube não era candidato a nada, nem coloco sequer em causa os outros clubes que nada têm a ver com isto, mas uma coisa é certa: os jovens do Grupo Desportivo das Fontinhas, pelo que fizeram até agora, tinham direito a sonhar mas, infelizmente, alguém não quis deixar os miúdos sonhar. Apenas desejo que a vida se encarregue de os compensar pelo que fazem propositadamente.
Para finalizar, quero também deixar aqui o meu reparo a quem teve a feliz ideia de marcar uma jornada da taça, no escalão de escolinhas, para o sábado de Carnaval às nove horas da manhã. Esteve, sim senhor, no seu melhor.
Conhecendo como se conhece o nosso Carnaval e os ensaios gerais que se fazem na noite anterior, marcar um encontro de miúdos de oito anos para o sábado de manhã quando se tinha eliminado, sem qualquer explicação, duas jornadas nos dias 23 e 30 de dezembro passado, que em nada prejudicavam as festividades do Natal e do Ano Novo, é, no mínimo, falta de consciência ou, então, incompetência. Só me resta perguntar: o que mais virá por aí?

(*) Sócio n.º 2 e treinador de escolas do GD Fontinhas


In, DI 04.03.2013

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